sexta-feira, 6 de setembro de 2013

Ser feliz é simples.





AMOR DE REDENÇÃO

Nem sequer a brisa forte,
Vendaval mês de setembro
O meu amor irá levar.

O vi no céu vencer a morte,
Na primavera, eu bem me lembro,
Qual sendo a flor desabrochar.

E o amor de eternidade
Que transpôs tantos tormentos
E perdurou no coração,

Ah, esse amor não tem idade,
Não confrangeu pelos maus ventos,

  É o amor de redenção!

OLHOS LINDOS

Olhos lindos, que olhos lindos
São esses, de sobejo, os seus
E teus cabelos quais os raios caindo,
Raios de sol que jamais desvaneceu.

Tua boca, ai, tua boca fluida
Me enlouquece, sonho beijá-la
Tocar tua pele alva, acariciá-la;
Felicidade cutânea do amor nascida.

Seu nariz, ah, seu nariz proporcional,
Por brincadeira no meu esfregá-lo
E o seu queixinho! dormir e sonhá-lo
Viajar na sua compleição natural.

E essa espádua então
Tão branca, uma paixão.
É o verso mais bonito
Que em cantar insisto.

Tuas palavras, jeito de ser,
Graciosidade infinda, muito prazer
Proporciona apaixonado adorá-la
Pensar em ti, sonhando, na sala!

E teu nome é... teu nome é – Amor.
Te passo e te fujo mas é você que canto
Não sei nem falar, porém te amo tanto!
Sonhando contigo sob o cobertor.


terça-feira, 28 de maio de 2013

SOBRE MIM

Escrevo minha história a cada momento
Mas a cada momento se quebra uma parte da história:
Manhãs de domingo em que brilha o céu de anil
Ficam pra trás – irrompendo um céu cinzento.

Tomo cerveja com prednisona e fico mal
Quero sarar, mas também quero a Epifania
Então percebo minha alma falar comigo
E deixo de ser um produto cultural.

Assim escrevo para eu só entender,
É que não logro alteridade neste ensejo
Eu vejo os homens e – são árvores que andam
Estou cego, mas não são todos cegos pra ver!

Já quis mudar o mundo, e quem não quis;
Hoje faço versos de forma banal.
Se não existe sob o sol nada de novo

Eu quero só estar pra ser feliz.

sábado, 18 de maio de 2013


MEU HORLA PESSOAL


O problema da vida não é querer ser algo
O problema está quando queremos voltar a ser quem nunca fomos
É quando a alma se arroga superior aos infortúnios
E a graça se acha maior que o desânimo.

A alma reclama de estar só, mas quando se acha acompanhada
Repete os mesmos erros que todos cometeram
E quando a depressão te pede um pouco mais de câncer
Não há como respirar em meio a esse nada.

O vazio te sufoca e te supera
Você diz que não tem medo de nada
E que tudo que te atormenta você já suportou antes
Sem saber que é o mesmo mal que te dispõe faz tempo.

E por tudo isso que te faz ser assim tão insensível
Ou sensível demais – dependendo do fantasma que está próximo
Você só fica a contar as horas
Achando que o momento seguinte será melhor.

Puta que pariu, você que não consegue enxergar mais nada,
Não percebe que o silêncio faz mal pra sua alma,
Será que você vai ficar assim pra sempre
E  deixar o des-senso dominar¿

Meu deus do céu por que não levanta,
Vai deixar mesmo esse Horla imperar¿
Dentro de você homem existe sempre uma criança,
Pequena luz que pode sempre te encontrar.
Pedro Leite Júnior

CAPITALISMO LITERÁRIO EM LINHA DE PRODUÇÃO


Todo país que abriu seu mercado de capital sofre com a aplicação exponente da teoria de John Locke (1632-1704), filósofo liberal. O Brasil não diverge. Nas terras tupiniquins a ascensão da proposta econômico-liberal bateu de frente com a situação social de um país emergente porém sem base necessária para um justo poder de compra da população.
Com a literatura não seria diferente. O dinheiro decide o que se publica ou não, o dinheiro compra espaço nos estandes das livrarias, independente do valor literário daquilo que se vende, ou se impõe às massas “goela adentro”. Está certo que Rudyard Kypling (1865-1936), escritor inglês asseverou um dia que um simples palavrão rabiscado por um estudante no banheiro da escola também é literatura. No entanto se tem agora a veiculação de uma literatura “classe média”, para não dizer medíocre, financiada por grandes editoras ou autores que podem pagar a moeda de troca, caríssima por sinal, em uma sociedade que vive um “boom literário”. Há um alto índice de criação artístico-literário, dividindo espaço com o setor musical, internet e outros inúmeros meios de instrução e entretenimento. Não poucas vezes o mesmo espaço é digladiado, pois existem livrarias diversas que também vendem CDs e demais itens de consumo cultural – além do livro.
Em uma teia gigantesca e intrincada do atual cenário, ao se ater ao problema exclusivo da literatura percebeu-se que o valor financeiro agregado logo revela sua supremacia frente ao valor intelectual da obra escrita. Não raras vezes fazendo com que a boa obra fique ofuscada ou relegada nos exíguos espaços que talvez consiga pagar.
E assim irrompe uma profusão de “modinhas”, livros idênticos retratando sempre personagens homogêneos, “personas de linha de produção”, bonitinhos até para um gosto mais superficial; contudo vazios, como uma multidão de vampiros, fadas e demais obras de fantasia que não fartam um público sem opção. Somente tais obras podem pagar por seu caro ingresso na publicidade.
Pedro Leite Júnior

sonhos esfumacados

sonhos esfumacados